18/06/2007 :: O Estresse do Contador

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2007-06-18

O Estresse do Contador

Atualmente, pesquisadores e profissionais ligados à saúde e ao trabalho humano procuram explicar o impacto no funcionamento psíquico do indivíduo, decorrente das exigências cada vez maiores das empresas e das inovações tecnológicas.

Nesse sentido, foi realizado um estudo de caráter quantitativo, que verificou o nível de estresse ocupacional percebido pelos profissionais contabilistas proprietários e não proprietários de organizações contábeis da cidade de Belo Horizonte. O estresse foi avaliado em cinco variáveis: fontes de pressão no trabalho; sintomas de estresse; diferenças de personalidade; interferência na atividade produtiva e mecanismos utilizados para regulação do estresse. Os resultados encontrados, em 200 contabilistas entrevistados, revelaram que 82% desses contadores perceberam um nível de tensão moderado a muito intenso, provocado por fontes de pressão ocupacionais tais como: a necessidade de se atualizarem face às alterações constantes das legislações, lidar com órgãos públicos, a fiscalização e os prazos apertados para realizarem suas tarefas; todas essas fontes de pressão encontradas são potencialmente estressoras. Contudo 74% dos entrevistados apresentaram mecanismos de administração e regulação de estresse eficiente; como tirar férias regularmente, praticar exercícios físicos e outros.

A partir das correlações aplicadas na pesquisa, verificou-se que as mulheres apresentaram uma ineficiência maior na administração e regulação das situações potencialmente estressoras em relação aos homens. De certa forma, as mulheres, além da jornada de trabalho na empresa, assumem outras atividades no plano familiar, tais como: orientar na educação dos filhos, dedicar atenção especial à família, bem como outras atividades domésticas. Essas peculiaridades em relação ao trabalho da mulher pode, como conseqüência, gerar um maior nível de tensão.

Muito embora esta atividade nos pareça estressora, os profissionais contabilistas entrevistados revelaram na pesquisa que a maioria possui características que contribuem no controle da administração da tensão do dia a dia tais como: são pacientes, procuram levar a vida em ritmo menos acelerado, apesar da atividade no primeiro semestre de cada ano exigir o contrário; diante disso, verificou-se em 78% dos contabilistas pesquisados uma ausência do nível de estresse muito intenso, provocadas pelas fontes de pressões apresentadas. Muito embora os 22% apontaram a dor de cabeça por tensão, o nervosismo acentuado, irritabilidade fácil e a ansiedade como sendo os principais fatores na composição de um nível de estresse moderado. É importante finalizar dizendo que a pesquisa foi realizada no segundo semestre, período em que os contabilistas estão mais distante das fontes de pressão potencialmente estressoras, e que os proprietários apresentaram menores mecanismos de administração do estresse, maiores interferências nas atividades produtivas e maior nível de estresse se comparados com os não proprietários de organizações contábeis também contabilistas.

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