24/06/2020 :: Recrutamento 100% on-line: como organizações e profissionais devem lidar com esta realidade?

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2020-06-24

Recrutamento 100% on-line: como organizações e profissionais devem lidar com esta realidade?

Uma tendência da área de recursos humanos vem ganhando força com o distanciamento social e ainda deve crescer no período pós-pandemia: o recrutamento on-line. Segundo empresas de recursos humanos ouvidas pelo Jornal Valor Econômico, o recrutamento feito nesta modalidade – desde o anúncio da vaga, entrevistas e até o envio de documentos dos candidatos – cresceu entre 25 e 165% nos últimos dois meses. O tempo para o preenchimento de posições caiu, em média, entre 60 e 80%, e algumas companhias já estão contratando funcionários para cumprir apenas expedientes remotos, mesmo depois do fim da quarentena.

As organizações, sem dúvida, terão que se adequar a este novo modelo [nem tão novo assim, apenas mais acentuado agora diante de nossa realidade atual]. Se já não tiverem se adequado, deverão, imediatamente, começar a virar a chave rumo à adaptação.

Não sei ao certo quais devem ser as competências necessárias a um RH ao fazer seleções on-line, mas arrisco a citar duas delas: usar e abusar da sensibilidade para fazer leituras assertivas do candidato durante a videoconferência e checar, de forma mais analítica, as informações repassadas por ele. Nesse processo, vale, por exemplo, recorrer a um material mais detalhado, que não se restrinja apenas ao famoso currículo. Talvez seja importante, inclusive, que o recrutador conte com o auxílio de outros colegas para que, juntos, consigam mais ferramentas para analisar aquele que pleiteia a vaga.

Quanto às competências do profissional que se submete a um processo de contratação on-line, ouso destacar apenas uma: agora, mais do que nunca, ele deve compreender a importância da venda, de mostrar qual é sua marca desde o primeiro contato com o futuro gestor, mesmo que virtual. Ao fazer esse contato, pense no que você vai apresentar, como irá se vender e com qual objetivo pretende demonstrar suas competências.

E não tenha medo de parecer ‘marketeiro’. Existe no mercado, inclusive, um falso conceito de que a venda pessoal está atrelada apenas ao marketing. Há ainda aqueles profissionais que são taxativos ao afirmarem que não sabem fazer marketing de si mesmos. Mas isso é assunto para outro artigo. A questão que proponho aqui não é saber fazer marketing, mas sim evidenciar aquilo que você fez de melhor ao longo de sua trajetória e os pontos fortes que fazem parte de suas características. Pontos esses que, inclusive, podem ser úteis à organização.

Conte sobre seus resultados, fale dos projetos nos quais já se envolveu, das equipes onde esteve, trace uma linha cronológica com relatos de onde você começou e em qual lugar já chegou. Não se esqueça, principalmente, de revelar as dificuldades que apareceram no meio do caminho, afinal o recrutador, em algum momento, vai querer saber sobre as intempéries de sua caminhada.

O importante é não hesitar em expor os insucessos. Lembre-se que não somos seres com total excelência. Nossa trajetória, felizmente, é constituída de tropeços. Aproveite a ocasião para destacar os aprendizados que esses momentos trouxeram. O aprendizado em tempos de infortúnio, às vezes, é infinitamente mais precioso do que os cases de pleno sucesso. O aprendizado no fracasso tem um poder fenomenal: ao mesmo tempo que nos amadurece, nos mostra o que não podemos fazer para que o erro se repita e [pior] permaneça.

A principal reflexão que gostaria de deixar hoje, seja você aquele que procura uma recolocação profissional ou aquele que recruta, é a de que este formato virtual de contratação/seleção, agora intensificado, apesar de desafiador, é necessário. Independentemente de qual seja sua função na organização e de qual função você busca, tenha em mente uma coisa: o novo sempre faz com que reavaliemos nossas competências, mexe com nossas estruturas e nos leva a repensar o que faz [e o que não faz] sentido em nosso propósito de carreira. Toda mudança pressupõe o fim da inércia. E o movimento, a ausência de inércia, é sempre interessante para qualquer pessoa que, definitivamente, não nasceu para ficar parada no tempo.

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