04/11/2020 :: Downgrade: fazer ou não fazer? Eis a questão

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2020-11-04

Downgrade: fazer ou não fazer? Eis a questão

Aceitar posição inferior no mercado de trabalho e um salário menor pode ser uma opção descartada por alguns profissionais. Ao contrário do upgrade, esse movimento é conhecido como downgrade. Pesquisa realizada pela Catho – balcão online de empregos – mostrou que mais de 80% dos entrevistados consideram adotar a prática.

Fazer o downgrade não significa, necessariamente, retroceder. Cada caso deve ser analisado de forma individualizada. Há situações em que essa readequação acontece quando o profissional está decidido a dar um novo rumo à carreira, seja por questões de incompatibilidade com a cultura organizacional/valores da atual empresa ou por arrepender-se de escolhas erradas. E sejamos sinceros: nunca é tarde para buscar a mudança se algo nos aflige, mesmo que esta implique em descer alguns degraus.

Lembre-se sempre que se você é um talento, as empresas estarão dispostas a reconhecê-lo como tal, mesmo que isso não aconteça de forma imediata. Tente sempre relativizar o assunto, ao invés de analisá-lo apenas do ponto de vista matemático: um degrau abaixo na função atual pode significar, para muito além da redução de salário, a possibilidade de desempenhar novas tarefas e, consequentemente, ampliar conhecimentos.

O downgrade pode trazer também mais qualidade de vida. Um exemplo: Às vezes você ocupa um altíssimo cargo que o sobrecarrega, traz danos à sua saúde mental e, por estar cansado, busca algo, na sua área, que o permita ter mais flexibilidade. Há casos ainda em que o profissional trabalha em outra cidade e/ou país, distante de sua terra natal, mas decide aceitar um trabalho hierarquicamente menor e com ganhos mais modestos para, em compensação, ter a oportunidade de estar mais próximo da família.

Nenhuma dessas escolhas é errada ou equivocada. Quero apenas destacar o que, realmente, pode torná-lo mais feliz e realizado. Não se esqueça que a satisfação humana é composta de vários pilares, inclusive o emocional. Portanto uma troca de cargos, mesmo que para escalas abaixo, não envolve apenas números e finanças.

A única recomendação que posso deixar é que você faça esse processo de forma planejada e consciente, com total certeza de que a mudança será agregadora. Feita essa reflexão, não tenha medo e tampouco se apegue àquela velha frase de como o mercado poderá julgar seu currículo. Na verdade, o mercado não deve dizer nada. Cada empresa tem uma forma de conduzir cargos e salários e as atribuições podem variar de uma empresa para outra.

Não é, propriamente, a nomenclatura que agrega valor ao seu histórico. Nomenclaturas são complexas. Às vezes em uma empresa X o coordenador é tão importante e infinitamente mais estratégico quanto o gerente da empresa Y. 

Por isso, mais relevante que dizer qual deles você foi, é comprovar o que fez [e como fez] enquanto esteve em cada uma dessas posições. Você é quem deve se preparar para se vender, apresentando o que desenvolveu e quais resultados entregou no cargo por onde fez downgrade. Pense nisso!

 

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