08/05/2019 :: A difícil e importante arte de dizer não na hora certa

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2019-05-08

A difícil e importante arte de dizer não na hora certa

Quase todo ser humano tem dificuldade de receber não. E essa limitação, normal de todos nós, nos acompanha desde a infância. Qual criança, por exemplo, nunca fez pirraça ou ficou de ‘cara fechada’ diante de uma recusa da mãe pelo brinquedo na vitrine da loja ou por aquele doce delicioso antes do almoço?

A repulsa pelo não parece ser cultural. Afinal ele significa que algo foi interrompido ou inalcançado. E na cultura ocidental, não é fácil lidar com perdas ou privações. Prova disso é que nossos irmãos do oriente lidam de forma mais serena com a finitude e a morte.

Porém, se é complicado receber um não, igualmente difícil é dizer. E esses momentos, nos quais é necessária uma postura mais incisiva, tornam-se frequentes quando assumimos cargos de liderança. Isso porque nem sempre é possível aderir aos diversos pedidos dos membros da equipe, tampouco flexibilizar. Por mais que você recorra à modelos de gestão menos verticais e hierarquizados, sempre haverá alguém descontente ou que não se sentiu tão acolhido dentro de suas necessidades. Essa é a tônica de qualquer coletividade e/ou grupo que trabalhe junto.

O que o líder deve entender e compreender é o fato de ser praticamente impossível agradar a unanimidade. Sendo assim, cabe a ele não se fragilizar na hora de negar pedidos, propostas ou ter que recusar planos estratégicos que porventura sejam contrários à cultura e metas da organização.

Entretanto, vale ressaltar que fazer recusas não significa adotar a persona de um gestor tirano e autoritário. As negativas devem ser precedidas de diálogos e justificativas coerentes. Para isso, vale recorrer à sua inteligência emocional, ferramenta preciosa, capaz de nos orientar na gestão dos conflitos eminentes com nossos pares. Mais importante do que mostrar imponência com seu não, esbravejado em alto e bom tom, é ter traquejo para explicar ao colaborador o porquê daquele pedido ser inviável naquele momento.

Já quando o assunto se refere às decisões que, constantemente, devemos tomar em nossa carreira, deixo uma dica: Sempre que se deparar com a dúvida, questione-se: “Será que eu realmente preciso dessa oportunidade agora?” “Vai me fazer bem?” “Serei, de fato, feliz e realizado?” “Vou conseguir enfrentar os desafios e dificuldades com competência?”

De posse dessas respostas, certamente será menos penoso negar ou postergar determinados convites, que parecem irrecusáveis, mas que podem ter chegado no momento errado.

Como diz o título deste artigo: Dizer não é uma arte e nem sempre é sinal de covardia. Recuar, em algumas ocasiões, é sinal de inteligência e, sobretudo, pensamento estratégico.

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