19/02/2009 :: O Capital Humano e a Influência Estratégica nas Organizações

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2009-02-19

O Capital Humano e a Influência Estratégica nas Organizações

“Sob o firmamento existe apenas um meio de conseguir que alguém faça algo. Você já meditou alguma vez nisto? Sim, apenas um único meio. E este meio é conseguir que a outra pessoa queira fazer” já dizia Dale Carnegie em seu best seller “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, que introduz questões básicas de relacionamento interpessoal que balizam as principais características dos gestores da atualidade.

Nos últimos anos vem sendo cada vez mais exigido dos gestores o que alguns chamam de “C.H.A.”, que representa três dimensões importantes, o conhecimento, a habilidade e a atitude, que completam os fundamentos do perfil de um bom profissional.

O conhecimento se faz presente a partir das experiências e da capacitação teórica das quais possui o indivíduo, que deve sempre prezar por se manter atualizado e em constante aprendizado.

A habilidade é a capacidade adquirida, é o conseguir fazer, possuir condições próprias para desempenhar um papel específico ou atividade; e por fim a atitude, a parte mais esperada das características de um gestor, na qual o seu comportamento deverá estar direcionado para um universo de práticas de gestão, que se iniciam no planejar, organizar, controlar, liderar e seguem para os papéis de relacionamentos, informações e de decisões. Segundo Chiavenato (1999, p.21), “É ele (o administrador/gestor) que promove a mudança de mentalidade, cultura, processos, atividades, produtos/serviços etc. É ele que torna as empresas mais eficazes e competitivas e as orienta para o sucesso em um complicado mundo repleto de mudanças e competição.”

O gestor deve ser o ator principal no fomento das interações, sejam estas entre os colaboradores internos, promovendo um ambiente de motivação e eficiência operacional ou entre fornecedores, clientes e os demais públicos interessados na organização.

Em momentos como este é extremamente importante o papel do líder na figura do gestor, no qual Dale Carnegie é claro quando diz que a melhor forma de conseguir que alguém faça algo é que essa pessoa “queira fazer”, ou seja, que se sinta engajada nos objetivos da organização, motivada e desfrute de um clima organizacional propício, condições estas que ficam sob a competência dos líderes e são fundamentais para o bom desempenho das tarefas e do consequente alcance das metas.

Dentro desta perspectiva é possível identificar mais uma característica essencial para os gestores: o intra empreendedorismo, que segundo Dolabella (1999), intra empreendedor é o “empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de valores adicionais.” e continua: “tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização.”

No entanto, para que se descubra os intra empreendedores e retenha os na organização, é necessário um enfoque gerencial diferenciado, que preze pelo empowerment, ou seja, “o fortalecimento das equipes através de atribuição de autonomia e total responsabilidade para realizar seu trabalho” (Chiavenato, 1999), e exista concomitantemente a tolerância e o aprendizado com os erros e fracassos.

Dessa forma, foram desenvolvidos outros métodos de trabalho que visam lidar de forma eficaz com os riscos e a incerteza do mercado. Podem ser destacadas a formação de equipes de risco e o desenvolvimento de Estratégias Robustas Adaptativas (E.R.A.).

De acordo com Maximiano (2004) “Em um grupo de alto desempenho, os participantes trabalham em regime de colaboração e não como um ajuntamento de egocêntricos. A principal característica de uma equipe eficaz é a sinergia [...]”.

Num cenário econômico que se mostra cada vez mais instável e imprevisível, a formação dessas equipes de profissionais experientes, qualificados e que possuem alto grau de autonomia, pode ser um quesito fundamental para lidar com a concorrência, principalmente se as características dos consumidores forem a de produzir uma demanda variável.

Nestes casos, somente a criatividade, a inovação, a autonomia, a cooperação, a agregação e a auto-organização são capazes de gerar a complexidade e os fatores necessários para a criação de E.R.A.

Portanto é de fundamental importância a adaptação da estrutura organizacional para o funcionamento desses novos conceitos, desde uma revisão dos níveis hierárquicos ao constante acompanhamento da cultura, valores e clima organizacionais.

As E.R.A.’s segundo Beinhocker, sacrificam o foco e as aparentes certezas que as estratégias tradicionalmente utilizadas provêem. São comumente formuladas pelas equipes de risco, e visam trabalhar com variáveis do setor ou não, buscando novos nichos e oportunidades em setores diferentes, de forma que mantenha a organização competitiva e lucrativa.

As organizações engajadas em selecionar gestores talentosos, preocupadas com a prática dos conceitos de cooperação, autonomia, agregação, auto-organização e a utilização de novos métodos estratégicos, possuem uma grande propensão de obter vantagens competitivas difíceis de serem alcançadas pelos concorrentes, e é, sem dúvida, a forma mais saudável e eficaz de prosperar.

Fontes Pesquisadas:

CARNEGIE, Dale. Como fazer amigos e influenciar pessoas. 51 ed. São Paulo. Companhia Editora Nacional. p. 62. 2003.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2 ed. Rio de Janeiro. Campus. p. 21. 1999.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. São Paulo. Cultura. p. 29, 37. 1999.
MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à administração. 6 ed. São Paulo. Atlas. p. 320. 2004.

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