09/04/2008 :: Desafios para as Instituições Privadas do Ensino Superior

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2008-04-09

Desafios para as Instituições Privadas do Ensino Superior

A partir da década de 90 iniciou-se um aumento crescente na procura por cursos de ensino superior em universidades particulares. Por outro lado, segundo Barbosa (2006), para atender a esta demanda reprimida, surgiram diversas instituições de ensino que, de forma geral, conseguiram obter altos índices de expansão e rentabilidade.

Nos dias atuais verifica-se que a oferta se tornou excessiva, levando as instituições a encararem a adequada estruturação da gestão do negócio como um imperativo, para manterem-se vivas e competitivas no mercado (BARBOSA, 2006).

Portanto, para sobreviver neste mercado muito concorrido, as instituições necessitam adotar práticas inovadoras de gestão que venham a contribuir na competitividade, eficiência e lucratividade do negócio. Neste enfoque, é aconselhável que os dirigentes utilizem modelos gerenciais estratégicos e inovadores, assim como o meio empresarial vem adotando.

É necessário que coordenadores dos cursos e os gestores de sala de aula procurem utilizar estes modelos gerenciais. O que ainda se vê nas instituições de ensino são profissionais sem formação adequada ocupando tanto cargos estratégicos como gerenciando sala de aula.

O coordenador é percebido como um gestor que mais atua na operacionalização das atividades do que estrategicamente. Ele deveria buscar soluções para melhorar os resultados em termos de evasão e entrada de novos alunos, qualidade do ensino e aprendizado, eficácia operacional, dentre outros aspectos, mas não consegue porque são muitas as suas atribuições. Investe quase todo seu tempo atendendo reclamações de alunos, que não estão satisfeitos com a didática e a falta de compromisso de alguns professores ou até mesmo, com a própria administração do curso.

O que se percebe é que a alta direção não conhece tudo o que se passa no nível intermediário da pirâmide, principalmente porque as instituições possuem uma estrutura hierárquica muito inchada. O meio acadêmico é competitivo; o próprio mercado tem exigido maior preparação dos professores. Assim, alguns profissionais têm muito conhecimento o que, muitas vezes, os tornam pessoas importantes e poderosas e que passam a competir entre si. Neste momento perdem o foco e se esquecem de pensar nos alunos, que são a razão de existência da instituição.

A literatura explica que, para viabilizar um cenário produtivo, é importante o ambiente de trabalho ser agradável, que inspire confiança e estimule a participação e inovação. Além disso, são necessárias políticas e iniciativas que valorizem os bons funcionários e que os incentive a manterem um vínculo forte e de longo prazo com a instituição e a adotarem uma postura orientada para resultados.

Sente-se falta de uma área de recursos humanos atuante dentro das instituições de ensino privado. O bom professor precisa se sentir acolhido, acompanhado, reconhecido. Como o contrato de trabalho dele, com a instituição, costuma ser de um ano podendo ou não ser renovado, assim todo fim de ano ou de semestre, os professores ficam apreensivos e angustiados sem saber se seus contratos serão renovados ou não.

Percebe-se um alto turn-over, o que gera custo para a instituição. É necessário promover programas de acompanhamento do professor em sala de aula e nas atividades com a instituição para reter os talentos e não disponibilizar os bons profissionais para o mercado de trabalho. Sabe-se que o mercado foi invadido por instituições particulares de ensino e que também está repleto de docentes, mas isso não justifica a falta da prática do reconhecimento e valorização do bom professor.

Portanto, de acordo com Gilberto Teixeira em seu texto Gerenciamento de Mudanças nas Instituições de Ensino Superior, toda organização é formada por pessoas, assim a falha das mudanças resulta sempre de um problema de atitudes, que quase sempre são mais nos níveis médios de administração e chefia e menos nos níveis de execução. Para isso é preciso que as instituições respondam a estas perguntas: qual o perfil de professor que ela deseja para contribuir com a formação de seus alunos? O que ela precisa fazer para motivar e reter seu corpo docente?

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